O sistema Toyota de produção

Na década de 40, a Toyota criou um modelo de produção que é tido até hoje como referência de excelência para a produção industrial, pelo fato de envolver uma mudança de cultura em que o ser humano é prioridade.

O sistema de produção da Toyota é formado por quatro regras implícitas:

  • Todo trabalho deve ser altamente especificado no seu conteúdo, sequência, tempo e resultado.
  • Toda relação cliente-fornecedor (interno e externo) deve ser direta, com um canal definido e claro para enviar pedidos e receber respostas.
  • O fluxo de trabalho e processo para todos os produtos e serviços deve ser simples e direto.
  • Qualquer melhoria deve ser feita pelo método científico, sob a coordenação de um orientador e no nível mais baixo da organização.

         O sistema surgiu em meio a um cenário de crise no final da segunda guerra mundial, já que as fábricas japonesas buscavam maneiras de se adaptar em busca de inovações que permitissem a reconstrução do país. E vendo o desperdício que era gerado pela produção em massa no método fordista, o Sistema Toyota de Produção estabeleceu dois pilares: Just in Time (JIT), que tem como foco produzir apenas quando necessário e utilizando recursos estipulados e no tempo ideal, e o Jidoka, cuja tradução é autonomação, ou seja, uma automação com influência humana, que significa que uma máquina seria responsável pela operação, mas um humano é responsável por seu monitoramento.

         Esses pilares definem que nada pode ser produzido se não houver demanda que justifique a produção, assim como reforça a urgência de usar a quantidade ideal de recursos e também a necessidade de que tudo seja feito no tempo certo.

         Além disso, os dois pilares do Sistema Toyota de Produção são apoiados por mais três bases: Heijunka, Padronização do Trabalho e Kaizen.

Heijunka

A Heijunka tem como objetivo garantir que o esforço seja distribuído igualmente ao longo do tempo, de forma que o trabalho passe a ser constante e não com momentos de atividade e posteriormente ociosidade.

Padronização do Trabalho

A Padronização do Trabalho é a estipulação de padrões para a realização de cada operação, fazendo assim com que cada colaborador já saiba seu papel, em quanto tempo precisa ser feito e quantos recursos precisará utilizar.

Kaizen

Por último, o Kaizen se une à Padronização, e isso estimula a melhoria contínua de ambos os processos, pois como as tarefas são previsíveis, é necessário melhorá-las continuamente.

Agora que temos os pilares e a base, podemos apresentar o esquema do Sistema Toyota de Produção da seguinte forma:


Esquema representativo do Sistema Toyota de Produção

As metodologias citadas foram desenvolvidas com o intuito de combater a perda ou o mal uso dos recursos. Dito isso, é importante delinear o que é entendido como desperdício, e para isso o Sistema Toyota de Produção define 3Ms:

Muda

Diz respeito a qualquer atividade que gere desperdício, que não adicione valor ou que não seja produtiva. Ele reflete a necessidade de reduzir os resíduos.

         Taiichi Ohno desenvolveu uma lista com os sete tipos de desperdícios, são eles:

  •         Defeitos;
  •         Excesso de produção;
  •         Espera;
  •         Transporte;
  •         Deslocamento;
  •         Processamento inapropriado;
  •         Estoque;

Mura

Significa inconsistência e irregularidade. Representa o desnivelamento ou desbalanceamento de trabalho ou máquinas.

Muri

É a sobrecarga causada na organização, equipamentos ou pessoas devido ao Muda e Mura. Significa “irracionalidade, muito difícil, excessos, etc”. O Muri faz com que a máquina ou as pessoas excedam seus limites. Enquanto a sobrecarga nas pessoas resulta em problemas de qualidade e segurança, o Muri resulta em quebras e defeitos.

“A tartaruga é mais lenta, mas consistente. Causa menos desperdício e é muito mais desejável do que a lebre veloz que corre à frente e depois para, ocasionalmente, a cochilar. O sistema Toyota de Produção pode ser realizado somente quando todos os trabalhadores se tornam tartarugas.” – Taiichi Ohno, em seu livro O Sistema Toyota de Produção (1997)

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